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CBA reprova o projeto do PAN no autódromo do RJ


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A medida do presidente Paulo Scaglione foi motivada pelo descumprimento dos requisitos legais no projeto assinado pela empresa alemã Tilke

O presidente Paulo Scaglione, da Confederação Brasileira de Automobilismo, decidiu recusar na totalidade o projeto para o Autódromo Internacional Nelson Piquet, apresentado na terça-feira (26 de julho de 2005), na sede da CBA no Rio de Janeiro, pelos diretores do Rio Sport Plaza e por representantes do escritório alemão de engenharia Tilke, responsável pelo projeto. Apesar da assinatura da renomada empresa alemã, alguns problemas foram apontados de imediato. Mas a atitude da presidência foi motivada pela constatação de uma irregularidade crônica e de caráter legal. Na avaliação da Confederação, o disposto na Lei nº 3.758, de 25 de maio de 2004, que libera obras no autódromo de Jacarepaguá para o Pan, não está sendo cumprido.

Já durante a apresentação, alguns questionamentos de ordem técnica se fizeram necessários em razão da ausência de determinados itens no trabalho exposto. Os principais pontos foram a localização do estacionamento para as carretas das equipes, o posicionamento da torre de cronometragem, as dimensões do túnel de acesso ao paddock, a destinação da atual passarela existente no autódromo e a apresentação de uma planta máster (inclusão do complexo nas medidas totais da área). A argumentação gerou a necessidade de uma complementação técnica por parte dos responsáveis.

Apesar de o presidente Scaglione ter determinado um prazo máximo de 30 dias para a avaliação da CBA, uma consulta mais pormenorizada realizada após a reunião constatou que o projeto não cumpre a legislação. Segundo Scaglione, não está mantida a condição de nível A do circuito, requisito básico para a realização de disputas internacionais e premissa estabelecida pela legislação quando determina a preservação da função principal e essencial de automobilismo e motociclismo. O projeto da Tilke é claro quando mostra um autódromo dividido em dois. Um é permanente, com o circuito de 3.199 metros. O outro é temporário e mede 4.589 metros. Justamente esse último é destinado para eventos internacionais. Na realidade, a Lei é clara quando exige a preservação das funções para o autódromo - um único autódromo -, não prevendo área de utilização temporária.

"A CBA só poderá analisar um projeto completo, não segmentado", disse Paulo Scaglione, que classificou o trabalho como incompleto e não condizente com a projeção mundial da empresa alemã Tilke. O presidente acrescentou que "tratar parte do autódromo de Jacarepaguá como temporário é o mesmo que compará-lo a Cleveland ou Mônaco, pois ambas são pistas temporárias".

A decisão da CBA está sendo comunicada hoje (quinta-feira, 28 de julho de 2005), oficialmente, ao Consórcio Rio Sport Plaza, à presidência da Câmara Municipal do Rio de Janeiro e também à Promotoria do Estado do Rio de Janeiro, que já havia consultado a CBA sobre o assunto em razão das ações já impetradas contra as obras no autódromo de Jacarepaguá.

O grupo que apresentou o projeto para a CBA foi liderado pelo diretor do consórcio, Peter van Voorst Vader, e contou ainda com as presenças de Eduardo Portugal Pereira, diretor da construtora Odebrecht; Paulo Sérgio Boghossian, gerente de engenharia do consórcio, e dos técnicos alemães enviados pela Tilke, o engenheiro civil Ralf van Wersch e o arquiteto Michael Menne.

A CBA esteve representada também pelo diretor da Comissão Nacional de Autódromos, Edson Novaes, e por Djalma Farias (presidente da Federação de Automobilismo do Estado do Rio de Janeiro). A convite do presidente Scaglione, o tricampeão Chico Serra acompanhou a apresentação. O piloto Cláudio Caparelli e o advogado Sérgio Brito, ambos com ações junto ao Ministério Público contra as obras em Jacarepaguá, também acompanharam a apresentação

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